OBESIDADE MÓRBIDA
Obesidade, um termo vindo do latim obesus,
ob=muito, edere=comer, é definida como aumento da quantidade de gordura
corporal ou do tecido adiposo, tornando-se um dos principais problemas de saúde
pública nos dias de hoje (MATOS, 2002).
A forma mais simples para diagnostica a
obesidade é a formula recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Essa
formula é calculada dividindo-se o peso do paciente em kilogramas (Kg) pela sua
altura em metros elevada ao quadrado (m2). O valor assim obtido estabelece o
diagnóstico da obesidade e caracteriza os riscos associados conforme
apresentado a seguir:
IMC (Índice de Massa Corporal) =
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Peso ( Kg )
|
Altura 2
( m2 )
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IMC ( kg/m2)
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Grau de Risco
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Tipo de obesidade
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18 a 24,9
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Peso
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Ausente
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25 a 29,9
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Moderado
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Sobrepeso ( Pré-Obesidade )
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30 a 34,9
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Alto
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Obesidade Grau I
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35 a 39,9
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Muito Alto
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Obesidade Grau II
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40 ou mais
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Extremo
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Obesidade Grau III ("Mórbida")
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Durante muito tempo indivíduos obesos foram considerados como comedores compulsivos. Na sociedade em que vivemos a maioria das pessoas acredita, que todo individuo obeso apresenta um transtorno de compulsão alimentar, ou seja, “toda pessoa obesa é gorda porque come muito”, ignorando desta forma as possíveis diferenças comportamentais, sociais dentre outros fatores que podem, ter sido como desencadeadores da obesidade. Segundo o autor Segal, 2002, a obesidade é uma doença multifatorial, onde aspectos hereditários, metabólicos, ambientais, comportamentais e psicológicos interagem entre si. Ela pode sim, acarretar inúmeras complicações psicológicas e psiquiátricas. Porém por outro lado a obesidade não é resultado de conflitos psicológicos inconscientes.
Apesar da
obesidade grau III (mórbida) apresentando no quadro acima, apesar de ser freqüente em
pacientes que procuram a cirurgia bariátrica e acompanhada de várias
comorbidades médicas, não deve ser vista como necessariamente associada a problemas
de origem psicológicas (Oliveira & Yoshida, 2009). Segundo autora Oliveira
2009, acredita que é preciso enfatizar que essas interpretações requerem
cautela quanto à generalização e rotulação destes pacientes.
No entanto, a
obesidade, não é considerada uma doença psiquiátrica nem uma condição para um
diagnóstico de Transtorno Alimentar, trata-se de uma condição física que advém
de múltiplas causas e pode trazer variadas conseqüências emocionais e
comportamentais. Assim, a obesidade mórbida poderia ser vista como
causadora dos problemas psicológicos e não como uma conseqüência. É
necessário avaliar dentro dos critérios do DSM IV se este paciente obeso
apresente Transtorno de Compulsão Alimentar ou apenas hábitos e comportamentos
alimentares inadequados que levaram a obesidade mórbida.
Referências:
Matos, M.
I., Aranha, L. S., Faria, A. N., Ferreira, S. R. G., Bacaltchuck, J.
& Zanella, M. T. (2002). Binge eating disorder, anxiety, depression
and body image in grade III obesity patients. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(4), 165-169.
Oliveira, J.
H. A. & Yoshida, E. M. P. (2009). Avaliação psicológica de obesos
grau III antes e depois de cirurgia bariátrica. Psicologia Reflexão e Crítica, 22(1), 12-19.
Segal, A. & Fandino, J. (2002). Indicações e contraindicações para realização das operações bariátricas. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(3), 68-72.
Psicóloga Ivanimeire Grossi
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