20 de dez. de 2011

OBESIDADE MÓRBIDA



Obesidade, um termo vindo do latim obesus, ob=muito, edere=comer, é definida como aumento da quantidade de gordura corporal ou do tecido adiposo, tornando-se um dos principais problemas de saúde pública nos dias de hoje (MATOS, 2002).
A forma mais simples para diagnostica a obesidade é a formula recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Essa formula é calculada dividindo-se o peso do paciente em kilogramas (Kg) pela sua altura em metros elevada ao quadrado (m2). O valor assim obtido estabelece o diagnóstico da obesidade e caracteriza os riscos associados conforme apresentado a seguir:

IMC (Índice de Massa Corporal)  =
Peso ( Kg )
Altura 2 ( m2 )
IMC ( kg/m2)
Grau de Risco
Tipo de obesidade
18 a 24,9 
Peso
Ausente
25 a 29,9 
Moderado
Sobrepeso ( Pré-Obesidade )
30 a 34,9 
Alto 
Obesidade Grau I
35 a 39,9
Muito Alto
Obesidade Grau II
40 ou mais
Extremo 
Obesidade Grau III ("Mórbida")








Durante muito tempo indivíduos obesos foram considerados como comedores compulsivos. Na sociedade em que vivemos a maioria das pessoas acredita, que todo individuo obeso apresenta um transtorno de compulsão alimentar, ou seja, “toda pessoa obesa é gorda porque come muito”,  ignorando desta forma as possíveis diferenças comportamentais, sociais dentre outros fatores que podem, ter sido como desencadeadores da obesidade.  Segundo o autor Segal, 2002, a obesidade é uma doença multifatorial, onde aspectos hereditários, metabólicos, ambientais, comportamentais e psicológicos interagem entre si. Ela pode sim, acarretar inúmeras complicações psicológicas e psiquiátricas. Porém por outro lado a obesidade não é resultado de conflitos psicológicos inconscientes.
Apesar da obesidade grau III (mórbida) apresentando no quadro acima, apesar de ser freqüente em pacientes que procuram a cirurgia bariátrica e acompanhada de várias comorbidades médicas, não deve ser vista como necessariamente associada a problemas de origem psicológicas (Oliveira & Yoshida, 2009). Segundo autora Oliveira 2009, acredita que é preciso enfatizar que essas interpretações requerem cautela quanto à generalização e rotulação destes pacientes.
No entanto, a obesidade, não é considerada uma doença psiquiátrica nem uma condição para um diagnóstico de Transtorno Alimentar, trata-se de uma condição física que advém de múltiplas causas e pode trazer variadas conseqüências emocionais e comportamentais. Assim, a obesidade mórbida poderia ser vista como causadora dos problemas psicológicos e não como uma conseqüência. É necessário avaliar dentro dos critérios do DSM IV se este paciente obeso apresente Transtorno de Compulsão Alimentar ou apenas hábitos e comportamentos alimentares inadequados que levaram a obesidade mórbida. 

Referências:

Matos, M. I., Aranha, L. S., Faria, A. N., Ferreira, S. R. G., Bacaltchuck, J. & Zanella, M. T. (2002). Binge eating disorder, anxiety, depression and body image in grade III obesity patients. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(4), 165-169. 

Oliveira, J. H. A. & Yoshida, E. M. P. (2009). Avaliação psicológica de obesos grau III antes e depois de cirurgia bariátrica. Psicologia Reflexão e Crítica, 22(1), 12-19. 

Segal, A. & Fandino, J. (2002). Indicações e contraindicações para realização das operações bariátricas. Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(3), 68-72.

Psicóloga Ivanimeire Grossi

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